O Governo alemao deu um jeito de fazer os fiéis admiradores dos Trabis, apelido carinhoso do Trabant, trair o Movimento.
A reportagem abaixo, que saiu no UOL só para assinantes (espero nao ser processado pela Espelho por torná-la pública), conta que o número desses carrinhos rodando pelas estradas e ruas alemas caiu mais de 95% em relacao a 1993.
Quem frequenta esse ßlog já sabe das imensas alegrias proporcionadas por Gerd a esse que vos bloga. Gerd é o Trabant nascido em Leipzig enviado ao Uruguay para férias tropicais. Agora é propriedade de um nababesco colecionador brasileiro e piloto de corridas mequetrefe. Deixou o carrinho mofando por lá, dizem que próximo a fronteira. Se deu ao trabalho de desligar a bateria e só. Um tapinha no capô e um "já volto" e nada mais. Já fazem sete meses...
Ficou por aqui um tempo suficiente pra viajar da antiga DDR pra Alemanha capitalista e sua avenida chic mic, como dizem os alemas, chamada Königs Alle. Em bom germânico, a Alameda dos Reis em Düsseldorf.
Sem falar na homenagem que fiz para comemorar os 20 anos da queda do muro de Berlin quando fui trabalhar com Gerd passeando pela Autobahn 52 que liga Düsseldorf a Essen, onde trabalho. Recebi saudacoes, buzinas, piscadas de farol, tchauzinhos e jóias pelo caminho que valeram o ano.
E ainda levei uma colega de trabalho alema, nascida e criada na Berlin Oriental, para um passeio na hora do almoco. Ela dizia que o som característico do motor e o cheiro da fumaca lhe trazia lembrancas imediatas da infância, quando passeava com seu pai pela Unten den Linden mirando o portao de Brandenburgo lá na frente em Berlin.
Preciso comprar meu Gerd logo. Antes que acabe.
ps. É inacreditável, mas olha o nome desse Doutor alemao.
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Carreata de Trabants durante comemoração do 20º aniversário da queda do Muro de Berlim, em Sofia (Bulgária).
Depois da queda do Muro de Berlim, duas décadas atrás, eles viraram moda. A impressão que se tinha era que todo mundo queria um Trabant, e que todos os que já possuíam um não queriam desfazer-se dele. O pequeno carro de plástico, com o seu motor fumacento de dois tempos, transformou-se em um objeto destacado de adoração para os entusiastas mais fanáticos de automóveis – e também para aqueles que sucumbiram à “Ostalgie”, uma espécie de nostalgia dúbia pela vida na comunista Alemanha Oriental, quando os “Trabis” se constituíam em uma fonte limitada de liberdade e as pessoas tinham que esperar dez anos pela entrega do carrinho.
Atualmente, porém, os Trabis estão rumando lentamente para a extinção, e o número desses veículos registrados na Alemanha diminui com rapidez.
Grande parte deste fenômeno, é claro, deve-se a um processo de seleção natural. Os veículos são feitos de Duroplast – uma mistura de pó de resina e algodão – e estão literalmente caindo aos pedaços. Alem disso, no entanto, muitos proprietários deixaram de lado a lealdade à marca no ano passado, quando o governo alemão ofereceu um bônus de 2.500 euros (R$ 5.744) por cada um destes veículos, com o objetivo de persuadir as pessoas a comprarem carros novos a fim de estimular a economia desaquecida.
Apenas 35 mil Trabis encontram-se ainda registrados no Departamento Federal alemão de Veículos Automotivos (KBA, na sigla em alemão), o que representa um decréscimo de mais de 95% em relação a 1993, o ano referente às estatísticas mais antigas do KBA.
“Naturalmente, os carros estão simplesmente velhos demais”, disse a “Spiegel Online” o porta-voz do KBA, Stephan Elsner. A fábrica na cidade de Zwickau, no leste da Alemanha, que fabricou o primeiro Trabi em 1957, produziu o último desses automóveis na sua linha de montagem em 1991, pouco após a reunificação do país.
“Atualmente isso é apenas um hobby”
“O número de Trabis na estrada está diminuindo constantemente”, disse a “Spiegel Online” Uwe Tautz, que restaura os velhos Trabants na sua oficina em Marzahn-Hellersdorf, um distrito na zona leste de Berlim. “Atualmente isso é apenas um hobby”.
Mesmo assim, quem fizer uma pesquisa informal, constatará que o número de pessoas que pretendem continuar com o carro não diminuiu. “A nossa base de clientes tem se mantido constante no decorrer dos anos”, afirmou a “Spiegel Online” Andreas Trull, um mecânico da Trabant Oasis, uma oficina na cidade de Hoppegarten, perto de Berlim. “O motivo pelo qual algumas pessoas não dirigem mais o veículo são as zonas ambientais de baixa emissão de poluentes que algumas cidades instituíram”.
Mas os carros continuam sendo uma característica das ruas da capital alemã, pelo menos na zona leste da cidade, e as autoridades berlinenses estão conscientes de que esses carros se constituem em uma atração turística. Em 2009, a prefeitura da cidade declarou que o Trabant havia se transformado em uma marca de renome internacional para a Alemanha Oriental e decidiu proteger essa espécie ameaçada de extinção, estabelecendo padrões mais flexíveis de emissões para os Trabis.
Os carros também rendem várias piadas sobre os veículos. A Trabi Safari, uma companhia que aluga Trabants por hora em Berlim, em Dresden e em Potsdam, obtém peças sobressalentes para os carros em uma fábrica na Hungria que ainda produz esses componentes. Ao todo, cerca de três milhões de Trabants foram produzidos, e muitos deles encontraram lares definitivos em vários países do bloco oriental.
“Muitos deles quebram”
A frota da Trabi Safari é atualmente composta de mais de 90 desses automóveis subcompactos, e quase todos eles estão registrados em Berlim. Isso representa mais ou menos 10% da quantidade total de Trabants da capital. “Nós obtemos os carros principalmente de proprietários particulares, e mesmo assim muitos deles quebram”, disse a “Spiegel Online” Michaela Drepte, uma assistente da companhia de locação de automóveis. No entanto, a empresa tem que acrescentar uma peça especial a todos os seus Trabants a fim de atender aos padrões de emissão estabelecidos pelas autoridades de Berlim.
Porém, apesar de serem cada vez mais raros, os Trabants ainda são relativamente baratos. Com apenas mil euros (US$ 1.300, R$ 2.290) é possível comprar um desses automóveis, segundo os anúncios publicados nos classificados online, os lugares mais fáceis para se encontrar um Trabant, segundo Tautz.
Entretanto, em breve poderá haver até alguns Trabants novos disponíveis. A IndiKar, uma fábrica de automóveis que fica perto de Zwickau, está querendo dar uma nova vida ao Trabant. No ano passado a companhia revelou planos no sentido de fabricar um carro elétrico no estilo do Trabant. A IndiKar acredita que o carro estará rodando nas estradas alemãs em 2012, e que custará cerca de 25 mil euros (US$ 32,5 mil, R$ 57 mil).
1 comment:
Sertões.
http://www.youtube.com/watch?v=BA02ilzVuFI
Link da plotagem da TR4.
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