Friday, March 18, 2011

Into Thin Air

Beagá (ontem foi dia de São Patricio)

Contratado pela revista Outside em 1996, o experiente alpinista Jon Krakauer foi mandado para o Everest para escrever sobre a comercializacao crescente das escaladas em alta montanha na regiao. A sagrada montanha na divisa entre o Nepal, China e Tibet - chamada pelos sherpas de Sagarmatha - sofria com a presenca cada vez maior de alpinistas pagantes e inexperientes avidos por alcancar o cume a todo custo.

No Ar Rarefeito (In Thin Air) conta a historia da temporada mais tragica no Everest onde 12 pessoas morreram graças a uma mistura de irresponsabilidade, despreparo, arrogância, menosprezo as condicoes climaticas e o fascinio quase doentio em alcançar o topo do Mundo.

Guias experientes como o neozelandes Rob Hall da Adventure Consultants e o americano Scott Fisher da Mountain Madness eram amigos pessoais, mas rivais na competicao insana em levar o maximo de alpinistas/turistas pagantes a atingir o objetivo de suas Vidas: escalar os 8.848 metros da montanha mais alta do Planeta.

Krakauer conta com precisao, as vezes de minutos, todo o planejamento e preparacao nos dias antes, durante e depois do ataque final ao cume no dia 10 de Maio de 1996. Permeado por emocoes distintas como coragem, medo, apreensao, preocupacao com a propria saude, negligencia e desinteresse em ajudar os companheiros o alpinista/jornalista relata sua versao da estoria muitas vezes contestada por familiares das vitimas e em especial do guia russo Anatoli Boukreev. Ele tambem lancou sua versao em livro chamado A Escalada (The Climb) contestando Krakauer e principalmente sua atitude egoista e pouco participativa no resgate aos outros aventureiros. Boukreev tornou-se um heroi ao sair no escuro e no meio da tempestade que assolou a montanha naquele fatidico dia encontrando cinco alpinistas perdidos e destinados a morrer congelados. Gracas a ele o numero de vitimas foi menor. Enquanto isso, Jon descancava exausto em sua barraca de sua subida bem sucedida, sem se preocupar com os demais.

Independentemente das controversias, o relato eh preciso e te faz ficar com vontade de chegar pelo menos no acampamento-base do Everest. Lugares como a cascata de gelo do Khumbu, o Circo Oeste, o Flanco do Lhotse (cume ao lado do topo do Mundo no lado nepales), o esporão de Genebra, Colo Sul, plataforma Balcony, Cume Sul e o escalao Hillary se tornam lugares familiares, assim como o dia a dia e a rotina exaustiva e durissima que cada um deles enfrentou, alguns pagando USD 65 mil pelo programa de aventura.

As montanhas sempre exerceram fascinio nos homens. Os mais corajosos e bem preparados sempre tentaram acabaram por conseguir atingir seus objetivos, nao sem fazer vitimas. Antes de Sir Edmund Hillary, imortalizado nas notas de 5 dolares neozelandeses, e o sherpa Tenzing Norgay atingirem o cume em 1953 varios outros alpinistas mais experientes e ate melhores fracassaram. Alguns perderam a Vida, outros haviam escolhido a rota certa, mas o clima no dia do ataque final nao era o ideal, outros seguiram um caminho mais dificil ou nao tiveram preparo fisico para atingir sua meta.

Depois de 1953 o desafio era chegar no alto sem oxigenio complementar. Reinhold Messner foi a estrela principal dessa modalidade em 1978 e depois em 1980 quando escalou sozinho e pelo percurso mais dificil.

Uma das vitimas, Doug Hansen, havia fracassado em sua tentativa anterior. Dessa vez havia dito a Krakauer que chegaria ao topo nem que arriscasse a propria Vida. Chegar la em cima ele conseguiu, mas jamais desceu.

1 comment:

Anonymous said...

ODEIO o Krakauer.

Esqueçam esse livro e leiam A Escalada de Anatoli Boukreev, desmente com fotos e fatos as gomas do americano.

Lembro que Rob Hall escolheu morrer.