Por falar em Rio de Janeiro, a internet é mesmo uma maravilha. Em 2004 fizemos uma viagem pra lá, Quinho, Ramiro, Biduzera, Leo Cancado, Hotel e outros. Escrevi um Diário de Viagens e mandei por email pra alguns. Nunca mais achei. Tinha até desistido de procurar. Até que outro dia o Slow, que nunca irá, me mandou por coincidência.
Abaixo segue o relato hilário, sem correcoes, censuras e frescuras, tal e qual foi enviado na época. Eu era solteiro, lembrem-se, e no Rio de Janeiro.
05.03.04, Sexta
Saída de BH às 10:40 rumo ao Fat Boy Slim, Big Beach Brasil, no Aterro do Flamengo. Eu, Ramiro, Marquin e nosso piloto inquieto (Rodrigo) Di Souza zarpamos rumo à Cidade Maravilhosa esperando 500mil pessoas na praia. Queríamos que o Norman Cook (verdadeiro nome do Fat Boy Slim) achasse que o Big Beach Boutique II na praia de Brighton, Inglaterra fora apenas um chá das cinco, uma matinê do 1º Nokia Trends no Rio.
Após a tradicional parada no Roselanches com um Mini Prato pra cada seguimos viagem ouvindo amostras do que estava por vir. Nosso anfitrião Leo Cançado (na verdade o apê é do estagiário dele) já estava estrategicamente posicionado na praia de Ipanema, entre Postos 9 e 10 tomando algumas geladas.
Chegamos, paramos o carro. Marquin e Di Souza bebiam os primeiros goles da primeira cerva. Leo Cançado, Bidu e Piolho já estavam na frente quando alguém gritou:
- Olha o cara ali!!!
- Olha o Fat Boy – falou outro.
Ramiro procurou um gordo na praia, mas quando olhamos era ele em pessoa, Norman Cook atravessando calmamente a Vieira Souto rumo à praia trajando a mesma camisa havaiana azul e branca que o consagrara no DVD de Brighton.
- Tira foto... pega a maquininha Ramiro – eu gritei.
O baixinho tremendo de emoção chama o DJ pra tirar umas chapas. A galera junto. O ego do cara foi na lua. Uns cariocas aproveitaram a chance e também registraram o cara. Passado o susto, ninguém acreditava na coincidência gigante. Não tinhamos nem 5 minutos de Rio e demos de cara com o motivo da viagem, em pessoa e curtindo a cidade.
Após a tradicional parada no Roselanches com um Mini Prato pra cada seguimos viagem ouvindo amostras do que estava por vir. Nosso anfitrião Leo Cançado (na verdade o apê é do estagiário dele) já estava estrategicamente posicionado na praia de Ipanema, entre Postos 9 e 10 tomando algumas geladas.
Chegamos, paramos o carro. Marquin e Di Souza bebiam os primeiros goles da primeira cerva. Leo Cançado, Bidu e Piolho já estavam na frente quando alguém gritou:
- Olha o cara ali!!!
- Olha o Fat Boy – falou outro.
Ramiro procurou um gordo na praia, mas quando olhamos era ele em pessoa, Norman Cook atravessando calmamente a Vieira Souto rumo à praia trajando a mesma camisa havaiana azul e branca que o consagrara no DVD de Brighton.
- Tira foto... pega a maquininha Ramiro – eu gritei.
O baixinho tremendo de emoção chama o DJ pra tirar umas chapas. A galera junto. O ego do cara foi na lua. Uns cariocas aproveitaram a chance e também registraram o cara. Passado o susto, ninguém acreditava na coincidência gigante. Não tinhamos nem 5 minutos de Rio e demos de cara com o motivo da viagem, em pessoa e curtindo a cidade.
Aproveitamos pra registrar mais momentos únicos, inclusive a caipiroska na casca de abacaxi compartilhada pelo Figuinho. O menino tremia de emoção e susto. Ainda fizemos uma pequena entrevista com o Sr. Cook dando-se por satisfeito do assédio e voltando pro Caesar Park em Ipanema.
O final de semana mal começara, mas já imaginávamos o que viria pela frente. Dali pro apê comunitário do Leo Cançado foi um pulo. Mais umas cervas no Sindicato do Chopp, bandeja de peixe e bolinho de bacalhau, negociações frustadas na compra duma rede cearense, e voltamos pra casa.
Jack Daniel´s + Reb Bull = Alegria Garantida
O final de semana mal começara, mas já imaginávamos o que viria pela frente. Dali pro apê comunitário do Leo Cançado foi um pulo. Mais umas cervas no Sindicato do Chopp, bandeja de peixe e bolinho de bacalhau, negociações frustadas na compra duma rede cearense, e voltamos pra casa.
Jack Daniel´s + Reb Bull = Alegria Garantida
Tinha show do D2 e Eletro Samba na Fundição, mas preferimos ir na festa da Nokia na cobertura dum prédio na Praia de Botafogo com vista pros Arcos da Lapa. Alem da balada, era sem ficha. No apê do Warley em Ipanema, a concentração. O comboio carregado de vodka com sucos chegou de assalto ao local. Tinha uns 20 nomes na lista... entraram 50 ou mais. BH invadira o Rio.
Durante a festa, celebridades globais e cariocas dividiram espaço com a minerada insandecida. Dado Dollabella era um deles. Seu clone, Sergin Passarinho tava lá tb. Um amigo nosso quase enlouqueceu com as canetas duma morena carioca. A mulher desorganizou a paisagem da festa. Por onde ia, a machaiada seguia os feromônios da ragazza. A moça quase abalou sólidos relacionamentos... mas valia a pena. O problema de resistir a uma tentação é não ter uma segunda chance. Naquele momento percebi que perdera um amigo solteiro, mas tive a certeza de enxergar um futuro casamento feliz. Da gandaia na cobertura, direto pra praia de Copa ver o sol nascendo. Parecia cenário de filme... o céu tava pegando fogo. Depois da tradicional larica nas padarias com azulejo azul de Copa, selo de qualidade garantida, e de ver uma carioca safada mandando bem no inglês e levando um gringo no bolso, desligamos nossas pernas aguardando o dia Nokia.
06.03.04, Sábado
Musas de Ipanema e Arpoador
Musas de Ipanema e Arpoador
Cochilamos de 7 às 11. Eu, Ramiro e Othon Gervásio botamos sunga e seguimos um quarteirão dando de cara com o Atlântico. Tava sem sol... meio nublado, mas foi só pisar na areia que o astro Rei deu as caras. Depois de molhar as canelas e salgar o corpo com os coliformes de Copa, adquirimos uma Skol Beth, na barraca da mesmo e depois tomamos uma dose de Refresca Cuca, um chuveirinho anti-calor que pode ser aplicado até com roupa. Othon desistiu de nos acompanhar... Mandela dera sinal. Pior pra ele, perdeu o melhor do dia. Seguimos pelo início da Atlântica passando pelo Bingo Arpoador, jogando conversa fora com Ramiro me falando dum caldo de feijão tomado na última estada no Rio depois do Carnaval. Ligamos o radar atrás dum buteco carioca tradicional e vimos o Beth Bar. Na volta da praia ele não escaparia.
Caminhando pela rua, entramos no APA Arpoador, a Área de Proteção Ambiental do local onde os caras que faziam arpão ficavam pescando... daí o nome. Caminhando mais um pouco, vimos o Expeto na varanda do apê da namorada do Cibinha. Prometemos voltar. Avistamos a 1ª musa, sentadinha, bem quieta numa canga verde, bikininho branco, pele morena, cabelos castanhos e aqueles peitinhos que cabem na palma da mão. Paramos ao lado, olhamos pro mar... rabo de olho na gata.
Comentário do Figuinho: - Que gata em Pedrinho... descobrimos a nova Garota de Ipanema hein Titio!!!
Andamos mais um pouco e fomos salgar o chassi de novo justo entre as placas de “Perigo – Correnteza Forte”. Alguns caldos depois, voltamos caminhando, apreciando a Cidade Maravilhosa, olhando pra Pedra da Gávea, início da Vieira Souto e as pedras do Arpoador. Uma bundinha empinada nos atrasou mais um pouco. Daquelas sem nenhum berne, nenhum carrapato e nenhum pingo de solda. Apareceu boi na linha (o namorado da gata tava no mar e apareceu) e falei: - Vamo picar mula, primo?!
Já quase saindo da praia, chegando na calçada subindo pelos mesmos sacos de areia que serviam de escada, avistei duas beringelas brilhando no sol. Era o par de nádegas formando a bunda perfeita duma crioula sozinha tomando sol. O bikini amarelo só realçava aquele espetáculo da natureza exuberante do Rio. Um vendedor de água tava babando e esticava conversa só pra guardar o corpo dela na memória pra relembrar depois em casa. Demos a volta e o gringo proprietário da negona apareceu. Concluímos que parecia ser mulher de ficha e muito bem paga. Passamos perto apreciando aquele par único de coxas, daqueles que saem 1 em 1 milhão de cada fornada juntando com a buzanfa perfeita. Próxima parada: Beth Bar.
Peito de Frango e uma do C... da Foca
No Beth Bar, daqueles butecos tradicionais de balcão em “L” onde se bebe e proseia em pé, tinha um típico carioca comendo um franguinho ensopado. Pedimos uma ampola gelada e sugestão de petiscos. O cara já deu o toque: ”- Depois do frango vou comer uns pastéis. Faço assim sempre, mas o contrário também dá certo.”
Mandamos o peito de frango pro pé junto com o pãozinho, mais umas geladas e uma pimentinha brava que fez o Baixinho quase engasgar. Os pastéis vieram pra completar o quase-almoço. Um carioca meio gringo depois de apresentações mútuas falava que BH ta ficando igual ao Rio em violência. Concordamos, mas dissemos ainda ser uma cidade tranqüila de se viver. O cara parecia ser um garanhão, ou pelo menos tentava passar a imagem. Desaconselhou petecas raspadas... preferia as cabeludas mesmo, com mais aroma e sabor. As carecas deixam a boca vermelha e arranham dizia a figuraça de lenço na cabeça e cheio de lábia. Chegou um casal amigo dele e o cara caiu matando na mulher do amigo servindo bebida, pegando tira-gosto, guardanapo, palito... era só sorrisos pra morena.
Figuinho fora reconhecido mais uma vez nas ruas do Rio por um amigo. Papeamos, terminamos o franguinho e passamos a régua na conta. Despedimos de outros novos amigos prometendo voltar e seguimos rumo ao apê comunitário na Av. Nsa. Sra. de Copacabana, 1267 em frente ao Banco do Brasil.
Passando de novo pela praia vimos a estátua do Drummond em frente a rua onde ele morava. Um mendigo nos viu. Abraçou e beijou o poeta. Tentou arrancar-lhe a cabeça dizendo que tentara outras vezes sem sucesso. Rachamos de rir, o cara ganhou um troco e ficou feliz com os mineiros, como sempre. Um lambe-lambe moderno passava pelo local e enxergou a oportunidade. Munido duma Polaroid com foto a $15 sugeriu a chapa. Fizemos a mesma pose do poeta de Itabira, negociada a $10. Ramiro deu $5 e eu $10. Pegamos a foto e qdo perguntei: “- Cadê meus $5?!”, ele falou: “- Eu dei $5 tb!!!” Ou seja, era $10, mas pagamos $15... pro Drummond em Copa foi até barato. Aquela foto não tem preço. Imaginei a galera que ainda morgava no apê e pensei: “- Nós é que sabemos aproveitar cada momento da vida.”
A Flavinha do Marquin apareceu. Não agüentou a pressão, pulou num balaio sábado a noite com retorno previsto pra domingo. O amor é lindo mesmo. Depois de tirar o sal do corpo, nova rodada etílica de suco de laranja com vodka e a Super Cuba Libre em copo cortado de garrafa d´água de litro e meio.
Rolou a primeira camisa do Camarote Nokia Trends e fomos buscar. Marquin impaciente pediu pra andar rápido. No caminho Ramiro tentou ficar mais forte fazendo barras nos balanços do Arpoador. Entramos no palacete do Arpoador, residência da namorada do Cibinha. Parecia pequeno por fora, mas lá dentro precisava de mapa pra não perder. A vista pra praia do Arpoador era só um dos atrativos. Cascamos fora de volta pro apê do Leo Cançado. Chegando lá a notícia de que mais uma camisa do Camarote tava na mão. Marquin e Flavinha não agüentaram e desceram pra esperar o Bolinha. Eu, Ramiro, Di Souza e Mari Pimenta tentamos pegar uns 6 taxis até conseguirmos alguém pra nos levar a um restaurante do Leblon pra pegar minha camisa. O taxista gente fina contava histórias do Rio e falava da localização. A Super Cuba era bebida com prazer. Mais um curta metragem foi rodado no caminho ao som dum forrózinho fuleiro que o Ramiro disse ser música sertaneja...
Nao sei por que, mas parei de escrever. Me lembro que o show foi maluco demais, teve uma after party e tudo mais. O domingo amanheceu amassado pra todo mundo. Na volta, paramos no Alemao depois da subida de Petrópolis e o resto virou História.
ps. Tinha a foto com o Drummond guardada em algum lugar...
7 comments:
Sensacional ! Bons tempos, Pedrinho !
kkkkkkkkkkkkkkk!!!
não me lembrava q a birosca se chamava Beth Bar!!!
Hoje conheço outros top, com o mesmo selo de qualidade (os azulejos de mil, novecentos e bolinha...!).
eh isso aí truta photos! continue refrescando nossa cuca...
e por falar em cuca:
#foramalufcucaricharlysonguilhermeecompanhia!
Bacana Cabral!
Ontem tomei pinga preta com o Tavinho na casa do Marcão!
Estou ancioso para ler a próxima postagem! Estava em búzios com uma galera quando vc apareceu e eu te dei um abraço de urso voador seguido de um apertado caldo em baixíssima profundidade. +ou- 30cm. hehe...
Abraço CABRAL!
Vinícius Barros
CAFÉ DAS VERTENTES
(31) 8476-8446
muito bom o texto! li sem parar e fiquei com uma saudade boa de vocês e daqueles dias. abraço bro!
Maravilha de texto Pedrinho! Detalhes da vida de guerreiros que sabem aproveitá-la... Tô puto que não tava nessa! Êh Galo! Saudações!!! Gui
OÔÔÔÔ PANO DE CHÃO.....ÓTIMO TEXTO, ESCRITO SEMPRE COM INCRÍVEL RIQUEZA DE DETALHES, QUE ME FIZERAM RETORNAR DELICIOSAMENTE NO TEMPO E RELEMBRAR MAIS UM DOS ÓTIMOS MOMENTOS QUE PASSAMOS JUNTOS!!! REALMENTE ESSA AVENTURA FOI INESQUECÍVEL!!! OBRIGADO PEDRINHO: PELA BOA LEMBRANÇA; LÉO: PELA HOSPITALIDADE COSTUMEIRA E A TODOS OS DEMAIS AMIGOS, PELAS AVENTURAS! UMA VEZ GUERREIRO, SEMPRE GUERREIRO!
Isso é um verdadeiro conto do Rio. todo mundo devia ter uma experiencia semelhante antes de cair na estrada. Alias, como carioca, posso afirmar que muitos cariocas mesmo nao a tiveram e sao hoje um mingau morno de experiencias nao vividas.
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