Sunday, February 21, 2010

In Westen Nichts Neues

Düsseldorf (4° C e um sol maroto saindo... dá pra correr?!)

É o título original do livro Nada de Novo no Front de Erick Maria Remarque. A sugestao foi do humorista-mor. Escrito em 1929, foi o primeiro trabalho publicado do escritor.

Nos relatos da Primeira Guerra Mundial, Remarque é um soldado alemao no front de batalha. Descreve uma cena de um bombardeio num cemitério com precisao e realismo impressionantes. Possível de ser escrita apenas por quem viveu uma Guerra e voltou pra contar.

Um filme com o mesmo nome foi feito em 1930 e levou o Oscar. A producao teve um custo total naquela época de USD 1,200,000. A estréia na Alemanha foi interrompida por gangues nazistas sendo considerado pelo Ministro da Propaganda Goebbels como anti-germânico (tem hífen?!). Ficou proibido por 20 anos e foi apresentado na Franca somente nos anos 60.

Com o livro aconteceu o mesmo. Proibido pelos nazistas, foi queimado em praca pública em 1933.

Mas em 1938 o escritor perdeu sua cidadania alema sendo obrigado a emigrar para os EUA no mesmo ano em que a Polônia fora invadida pelos nazistas na Segunda Guerra.


Remarque aproveitou bem a Vida depois do inferno da guerra. Exilou-se no EUA em 1947, mais precisamente em Hollywood, tornando-se cidadao americano. Lá vivendo, teve casos com Marlene Dietrich e Greta Garbo. Depois se mandou pra Suíca em 1948 com Paulette Godard, ex de ninguém menos que Chaplin. Pelo visto ele tirou o atraso com sobras.

Uma coisa que eu nao sabia é que Remarque é um dos escritores de língua alema mais lidos no Mundo, juntamente com Goethe. O livro foi traduzido pra 58 idiomas e já vendeu a bagatela de mais de 10 milhoes de cópias.

Compartilho com vocês algumas passagens interessantes sobre a percepcao dos soldados sobre a Guerra. Eles, os verdadeiros envolvidos, sugerem solucoes para que conflitos como esse. Sao as velhinhas dobrinhas na ponta das páginas que depois anoto e escrevo aqui.

Na pág. 40, Kropp diz que "Uma declaracao de guerra deveria ser uma espécie de festa popular, com entradas e músicas, como nas touradas. depois, os ministros e os generais dos 2 países deveriam entrar na arena de calcao de banho e, armados de cacetes, investirem uns sobre os outros. O último que ficasse de pé seria o vencedor. Seria mais simples e melhor do que uma guerra, onde quem luta nao sao os verdadeiros interessados."

Depois Paul diz na pág. 200 que "Como é inútil tudo quanto já foi escrito, feito e pensado, quando nao se consegue evitar essas coisas! Devem ser mentiras e insignificâncias, quando a cultura de milhares de anos nao conseguiu impedir que se derramassem esses rios de sangue e que existam aos milhares estas prisoes, onde se sofrem tantas dores. Só o hospital mostra realmente o que é a guerra."

E já no final, Paul reflete na pág. 207 que "a Vida é simplesmente uma constante vigília contra as ameacas da morte; fez de nós animais, para dar-nos a arma terrível que é o instinto; embotou nossa sensibilidade, para que nao nos aniquilássemos diante do horror que se apoderaria de nós, se tivéssemos o pensamento claro e consciente. Despertou em nós o sentimento de companherismo, para que pudéssemos escapar ao espectro da solidao; emprestou-nos a indiferenca dos selvagens, a fim de que, apesar de tudo, sentíssemos de cada momento o positivo e o armazenássemos contra o ataque do Nada."

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