Há algum tempo, coisa de uns dois anos, venho jogando futebol aqui em Viena num time cuja maioria é composta de advogados. Nao por acaso, o nome do time e FC Insolvenz cuja traducao é Faléncia FC. Nada mais apropriado já que grande parte dos distintos jogadores sao magistrados, promotores, funcionários públicos e até mesmo juizes.
Günne era um dos jogadores. Nao sei se era advogado. Nos encontramos algumas vezes, umas cinco ou seis, talvez. Jogamos juntos apenas nas peladas de quarta a noite no Prater, sempre entre 20:30 e 22h com direito a resenha, ducha e cerveja no restaurante do clube esportivo.
Um cara sorridente, feliz e de bem com a Vida. Enérgico em campo sempre cobrando o time a cobrir os espacos, marcar, voltar e partir pra cima quando de posse da bola. Um belo dia soube que ele nao viria mais jogar. Descobriu um câncer no estômago e comecou o tratamento com quimioterapia. Ficou fraco, magro e nao pode mais jogar bola com a gente.
Sempre aparecia nos torneios pra rever a turma e incentivar o time. Dava orientacoes da beirada do gramado como um verdadeiro técnico. Xingava quem fazia corpo mole e elogiava as jogadas vigorosas e os lances de raca e vontade. Teve até um quiprocó com um juiz num jogo do torneio IT & Law em setembro passado, a última vez que o vi. Bateu boca com o juizao parrudo movido a salsichao e chucrute e nao baixou a guarda até a distinta autoridade pedir para ele se calar ou sair do recinto, no caso um conjunto de campos de futebol com grama sintética atrás da ONU em Vienna. Günne resolveu ficar quieto, a contragosto.
Faleceu ontem vítima de câncer, essa famigerada doenca que age silenciosamente. Quando assustamos, já dominou o organismo do sujeito disparando a contagem regressiva do relógio da Vida. Günne deixa esposa e duas filhas. Seu relógio zerou ontem.
Vienna (semana que vem comecamos a voltar ao "normal")
Ainda nao li "Guerra e Paz" do maior gigante da literatura russa e mundial, Lev Tolstói. Dele apenas este curto e potente livro. Dizem que os escritores russos e latino americanos sao os melhores, mas como descartar os europeus e norte americanos a um segundo plano? E os asiáticos e africanos? Nao dá pra classificar essa turma assim de maneira tao rasa. Afinal, tudo nao passa de gostos e impressoes pessoais.
Resenha originalmente publicada no meu Instagram @pedro_livros: https://www.instagram.com/p/Bh-GX2Ln-ax/
"Em singelas 79 páginas desta luxuosa edição de capa dura Lev Tostói mostra por que é um dos grandes.
O
autor russo, talvez o maior deles, é mais conhecido por seus romances
monumentais como "Guerra e Paz" e "Anna Kariênina". Nessa novela curta
ele narra as divagações, o sofrimento e a angústia de Ivan Ilitch a ela,
a famigerada, temível, implacável e inevitável, Morte.
O bem
sucedido jurista Ivan padece de uma doença incurável. Se pergunta o
tempo todo por que ele, o que fez pra merecer tanto sofrimento e começa a
questionar se realmente viveu como quis.
Sua descrição da
sensação de proximidade do fim é real e cruel demais: "Teve a impressão
de estar sendo empurrado para dentro de um saco preto, estreito e
profundo que enfiavam com cada vez mais força, sem conseguir chegar até o
fim. E essa coisa terrível acontecia com sofrimento. Tinha medo e
queria se afundar, resistia e ajudava. E eis que, de repente, despencou,
caiu e acordou."
"Guerra e Paz" tá na estante me esperando. Esse ano vou comecar a ler. Sao três livros num total de quase 1.600 páginas!
Vienna (Noah Yuval Harari previu tudo isso em Homo Deus)
Duas notícias me chamaram a atencao no dia de hoje, 08 de abril de 2020:
1) Na Alemanha, a agência nacional de saúde apresentou um aplicativo
capaz de rastrear casos do coronavírus no país. Com o consentimento dos
usuários, o app se conecta a monitores como pulseiras eletrônicas,
faixas toráxicas e relógios inteligentes, e alerta para sinais de
infecção. O aplicativo coleta sinais que costumam se alterar com doenças
que afetam a capacidade respiratória.Segundo o instituto alemão, se for
usado por uma amostra grande de pessoas, o aplicativo permitirá fazer
previsões sobre contágios e dimensionar efeitos de medidas de
distanciamento, o que pode tornar mais segura uma retomada das
atividades. A chanceler alemã, Angela Merkel, também afirmou que
qualquer retomada será feita de forma gradual e que é "muito cedo para
falar em relaxamento da quarentena".
2) As big techs estão disponibilizando dados de
rastreamento para autoridades. Semana passada, o Google lançou
documentos sobre o perfil de movimentação dos usuários em 131 países,
incluindo o Brasil. Os dados, por exemplo, apontaram que o movimento de parques, comércio e locais de trabalho teve queda de até 70%. O Facebook foi além e anunciou um conjunto de mapas globais
que rastreia a disseminação da doença, além de uma ferramenta de
pesquisa para identificar pontos de acesso de coronavírus. Essa
ferramenta ainda conta com um índice de conexão social, que mostra a
probabilidade de duas pessoas se tornarem amigos no Facebook. Para
especialista, comunidades com laços sociais mais fortes se recuperam
mais rápido. A ideia das empresas é que, com esses dados, seja possível
saber onde está ou não funcionando as políticas de quarentenas.
Isso significa que o rastreamento e acompanhamento permanente da vida de cada individuo no planeta já é uma realidade. A China já faz isso faz algum tempo incluindo reconhecimento facial via câmeras nas ruas e locais públicos. Singapura conseguiu conter o avanco do Coronavirus gracas a aplicativos em dispositivos móveis identificando os movimentos de cada pessoa infectada.
Agora, com a desculpa de controlar a pandemia, tanto governos quanto as big techs estao com a faca e o queijo nas maos para controlar nossas Vidas de forma oficial. Nao temos nem o direito de aceitar essa situacao em prol da saúde global.
Viena ("a cidade e os cachorros" diria Vargas Llosa)
Comecei esse rascunho em de Abril de 2011. Listei alguns festivais de música famosos na Europa. Alguns que eu gostaria de ir. Nao inclui Glastonburry na Inglaterra, um lapso imperdoável. Coachella nessa época só nos EUA.
Agora que nao podemos ir a lugar algum, vamos aos festivais que existiram até um passado nao muito distante.
1) Ben Harper, Colmar, Franca
Foi na Foire aux Vins d'Alsace em 2011 que vimos Ben Harper pela segunda vez. A primeira tinha sido em Düsseldorf em 2008, acho eu. Um virtuoso que toca muita guitarra e canta blues e rock como poucos. Fez um solo a capella que valeu o ingresso e a viagem.
2) Zwarte Cross Festival, NL www.zwartecross.nl/
Fomos pra fer Black Crowes, banda de rock americana mainstream mas que finge ser cult e tentar ficar fora do circuito. Uma decepcao. Show burocrático, sem energia e pior, sem bis!!!
O festival em si foi bem legal. Parecia uma fazenda com várias tendas espalhadas num gramado enorme. Alguma psicodelia aqui e ali e o jeito descolado dos holandeses por toda parte.
Achei um relato meu num rascunho aqui do blog sobre nossa experiência nesse festival. Vamos a ele, ipsis litteris como escrito no dia:
"Fazia tempo que nao curtia um festival quando resolvi conferir o Zwarte Cross de 2011 numa cidadezinha holandesa aqui perto de Düsseldorf. Juju tava meio com medo, achando que a gente tá velho demais, essas
coisas, mas animou. Chegando lá, pra ver o Black Crowes no palco
principal, nao peguei trânsito. Os estacionamentos iam do P1 ao P20 e
tantos. eram descampados com grama, alguns com trailers e barracas, mas
nao demorei mais do que 15 min entre estacionar e chegar no portao de
entrada. Passamos pela revista e bateu a fome. O sistema deles é com
tokens. Você enfia $$ numa máquina e ela te devolve fichas que valiam
pouco mais de 2 EUR. Pegamos um prato pra dividir, uma cerva e uma coca
em menos de 5 min. Nos sentamos numa mesa, suja é verdade, mas
sossegada. Após um passeio pelas tendas vimos que os holandeses estavam
loucos, mas civilizados. O ir e vir nao era impedido em momento algum. Na hora do show chegamos a colar na grade, sem muito esforco. Festival
sim!"
3) Zappanale: www.zappanale.de/zappanale/de/home.htmlNunca fui, mas o Oskar meu amigo maluco pelo Frank Zappa já foi algumas vezes levando até a família. Acontece todo ano em agosto numa cidade no norte da Alemanha. Verao comendo solto, galera acampada, clima família e sossego. Quem sabe um dia.
O festival acontece desde 2003 em Donnington, Inglaterra. Entre 1980 e 1993 era chamado de Monsters of Rock.
Em 2012 o Black Sabbath fez um show icônico marcando a reuniao da banda e um retorno triunfal com a formacao original. Infelimente nunca estive por lá.
5) BRBF - Belgium Rhythm 'n' Blues Festival, Peer, Belgium www.brbf.be/
Nem ideia por que este nome aparece por aqui. Deve ser devido as excelentes cervejas belgas. Talvez eu quisesse juntar o útil, a cerveja, ao agradável, a música. Ou vice versa.
6) Hurricane/ South Side, Germany
Se nao me engano esse festival era pra turma mais jovem com muita bandinha pop rock, DJs e o escambau. Já deixou de ser minha praia faz tempo.
7) Rock im Park / Rock am Ring, 2011, Germany
Rock im Park em Nürnberg comemora 25 anos em 2020 e o Rock am Ring em Nürburgring, sim é onde fica o famoso circuito de mesmo nome, completa 35. Ambos na Alemanha, talvez sejam os festivais mais famosos do país. Nao sei por que estao ligados entre si apesar de acontecerem em locais diferentes. E estou com preguica de procurar o motivo.
8) Wartburg-Festival, música barroca e clássica www.wartburgfestival.de/festival
Este festival de música clássica acontece todo ano em Eisenach onde fica o famoso castelo Warburg. Foi ali que Martin Lutero iniciou a Reforma Protestante chacoalhando com a Igreja Católica do mundo todo.
Um carro chamado Wartburg tem esse nome por causa do castelo. Era fabricado ali perto pela VEBAutomobilwerk Eisenach.
Conheco bem esse carrinho, hehe. Merece vários posts.
Neufeld an der Leitha (já são mais
de 1 milhão infectados)
Costumava acordar entre 6:30 e 7h da manhã, dependendo do horário que fora dormir. Na noite anterior teria lido um livro ou assistido um ou dois capítulos de série no Netflix. Poderia ter me sentado no computador para escrever textos como esse. Se dormira mais cedo era por que, após as estorinhas contadas ao Gabi e Keke, eu dormira junto.
Gostava de preparar o café da manha. Isso ainda nao mudou. Ainda. Misto quente pra mim, outro pela metade apenas com presunto e sem manteiga pro Gabi. Keke começou a gostar recentemente de queijo quente. Ele gosta de manteiga. Juliette sempre come seu Brei, uma espécie de mingau onde se adiciona água fervendo sobre um amontoado de cereais. Por cima ela colocava frutas vermelhas tais como framboesa, mirtillo e morango, além de linhaça, chia, semente de girassol e mel. Uma bomba de saúde logo pela manha. Ainda faz isso na casinha.
Ovos mexidos, apenas um, para dividir com o Keke. Iogurtes de bolinha, sendo as bolinhas coloridas de chocolate tipo M&M, de morango para o Gabi e natural para o levado Keke. Comecei a devorar geléia de mirtillo antes dessa confusao toda comecar. Felizmente continuo mantendo o hábito. Suco de laranja natural espremido numa máquina no supermercado e acondicionado em garrafinhas de meio litro. Se nao beber em 3 dias azeda. E meu iogurte natural com toda a parafernárlia adicionada ao Brei da Juliette além de aveia. Os meninos bebem também uma vitamina boa para imunizar o organismo. Essencial nos dias de hoje. Nós adultos variamos entre Omega 3 e 6. Nunca sei a diferenca entre eles. O #6 é mais caro e tem mais vitaminas, mas, sinceramente, nunca percebi nada na prática, além do preco. Vou comprar apenas o #3 a partir de agora.
Antes desse banquete dos deuses começar o Gabi sempre se sentava ao piano e tocava alguma coisa. Às vezes um pedaco de música clássica que está aprendendo rapidamente nas aulas. Tira as músicas
de ouvido, escuta um trecho, cantarola, se senta no piano e simplesmente acha as notas. Impressionante! Já sabe os nomes de todos os compositores famosos e de muitos que eu nunca havia ouvido falar. Conhece Pachebel, Luigi Bocherinni e Leo Delibès?! E Edward Krieg, Aran Khachaturian e Prokofiev?! Esse último é o russo que compôs o ballet baseado no romance Romeo e Juliete de Shakespeare. Se você nunca ouviu
falar desse famosíssimo poeta inglês, gentileza parar de ler e sair do meu blog. Obrigado.
O Keke, que se chama Rafael na certidao de nascimento, pedia pra ver galinha pintadinha no tablet. Os dois tem tablets, um vermelho e outro preto. Sao práticos e quebram um galho enorme quando a tensão entre os dois aumenta muito. É um sossega leão moderno. Mas não pode deixar assistir por muito tempo senão ficam agitados demais. O cérebro fica estimulado mais do que o desejável.
Bom, todos com a pança cheia era hora de trocar de roupa e partir rumo à escolinha. No inverno a troca de roupas é como uma dessas provas de programas de TV. Parece uma gincana. Um sai correndo
pelado dando gargalhada enquanto o outro, já está pronto e com os dentes escovados, querer sair. Gabi já sabe se vestir sozinho, até os sapatos, gorro, cachecol e luvas. Um espertalhão. Mas às vezes gosta de fingir que não sabe só pra sentir o gostinho de alguém cuidando dele novamente. Faz parte. Colocar ceroulas no Keke é uma luta inglória. É como colocar meias numa girafa ou tentar enfiar as
patas de um cachorro numa camisinha. Ele se mexe o tempo todo, vira de lado e quer se levantar da cômoda ainda em uso desde quando ele era um bebê. Essa fase está pra acabar.
Já nas ruas temos três opçoes de transporte que variam com o clima ou horário. Se estamos atrasados demais vamos de carro, mas os meninos detestam. Se sentem presos nas cadeirinhas e não interagem com a cidade. Coloco um CD do Tim Maia só com sucessos e vamos cantarolando:
Não está errado
Ser solteiro
Ou ser casado
O negócio
É saber viver em paz Quer ser elegante
Quer ser forte, ser galante
Quer ser tigre
Quer ser cobra, ser leão
Se temos tempo vamos de bicicleta. Sim, os dois costumavam ir numa carretinha acoplados ao eixo traseiro da bike. É prático e mais rápido que o carro. Em 10 minutos chegávamos na escolinha. Perdia um
tempinho até tirar a bike e carretinha do porão, subir a tralha toda, montar e acomodar os meninos, mas depois era bem rápido, o processo todo. E aproveitava pra fazer um exercício físico, nem que fossem apenas 20 min. De lá seguia para o trabalho que não é longe de casa. E continua não sendo, gracas a deus.
Poderíamos ir de ônibus também. O 4A para
na outra ponta do Modena Park e nos deixava na Rasumofskygasse. Desse ponto andávamos
uns 4 quarteiroes passando pela Hundertwasser Haus, a casa onde o famoso artista vienense de mesmo nome transformou em obra de arte. Ele é o chamado Gaudi austríaco. Logo a frente tinha, e ainda tem, uma parede baixa cheia de desenhos pintados com os 12 signos do zodíaco. Toda vez que ali passávamos íamos falando os nomes de cada um e quem da família havia nascido naquele signo. Acho que da segunda vez que falei o nome de todos, incluindo tios, tias, primos, sobrinhos, etc. o Gabi já sabia tudo de cor. Tem uma memória inacreditável.
O dia corria sem maiores sobressaltos. Às 15h Juliette buscava os meninos, invariavelmente. De lá
seguia para outras atividades como taekwondo, natação ou aula de piano. Ou simplemente ia
pra casa mesmo caso eles estivessem cansados ou chovesse. Eu chegava lá pelas 18h ou um pouquinho depois. Não sem antes passar no supermercado da esquina pra comprar o que ficou faltando na listinha da Juliette ou algo esquecido.
O jantar era sempre a mesma coisa: macarrão com salsichinha ou com presuntinho, nuggets de
frango ou peixinho. Raramente aparecia algo diferente como arroz com feijão com
alguma carne sobra do almoço. Eles precisam melhorar a alimentação deles. Na verdade, NÓS pais precisamos comer melhor e dar o exemplo para que eles nos vejam comendo de forma saudável e comecem a se alimentar melhor por si próprios. Casa não é restaurante. A comida que vai pra mesa é a única opção. Se não quer comer aquilo pode comer uma fruta. Assim nos ensinou o Doutor Velhinho, o pediatra dos meninos que é um senhorzinho fora de série. Carinhoso e atencioso ao extremo.
Após o
jantar dávamos um tempinho de brincadeira a eles para podermos arrumar a cozinha. Depois era banho,
estorinhas e cama. Esse processo poderia ser muito rápido ou demorar 3 horas. Sim, 3 horas dependendo do nível de paciência dos pais e excitação dos filhos. Normalmente era rápido. Keke tomava banho de banheira e o Gabi no chuveirão brincando com seus super-heróis: homem aranha, batman, capitão gancho, bob esponja e um outro maluco qualquer sem nome. Quando lavavam os cabelos tínhamos que secar, pois no inverno não é bom dormir com as madeixas molhadas. Com os dentes escovados e pijamas nos corpinhos, íamos pra cama. Isso não mudou muito.
Muitas vezes eu fazia umas palhaçadas antes de me deitar pra contar estorinhas. Era o chubirubiru! Isso vem de um desenho animado em alemão chamado Kazimir Krähe, um corvinho atrapalhado que vivia se machucando por onde passava. Os meninos rolavam de rir. Além das falas imitando o corvinho cada um tinha que se fantasiar e cantar uma musiquinha de carnaval na frente aos outros que assistiam deitados na cama. Só quando os três faziam a sequência completa é que o ritual estava completo e podíamos nos deitar. Teve dia que fomos dormir as 22h!!!
Quando consiguia me levantar e não dormir direto poderia ler um livro ou assistir algo na TV.
Ou perdia meu precioso tempo no celular. No dia seguinte começaria tudo de novo. Mas isso agora é tão distante e ninguém sabe quando voltará a acontecer. A nova rotina tem muitas semelhanças e acho que mudamos pra melhor.
Amanha eu conto. Agora vou assistir "Freud" com a Juliette.